Pergamon (2014)
A fotografia trazida em Pergamon não se pretende como um mero registro.
Muito além de ordenar vestígios de um passado, tais imagens evocam a transformação de sentidos que os lugares de memória podem conter.
Neste percurso por alguns dos mais importantes museus de Berlim, a transposição da fronteira do tempo se dá pela combinação entre planos fechados e técnicas de desfoque, elegendo motivos como monumentos e tapetes da Antiguidade.
Em um jogo espontâneo entre tempo, memória e esquecimento, o conjunto das imagens celebra o monumento pela não linearidade narrativa. Objetos de pedra, madeira ou tecido, carregados de historicidade, acumulam funções de arquivo e também de propagação duradoura de poder.
Sinais de imperfeições, rastros, transformados pelo tempo, envoltos em uma forte aura simbólica capaz de transmitir a perpetuação dos grandes triunfos alcançados pelas sociedades dos quais esses elementos provieram.
Texto: Danilo Aun
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The Pergamon photographs purpose is not to be a mere register. More than arranging in a sequence traces of a by gone time, the images evoke a transformation of the senses that may be in the niches of the memory. Walking along some of the most important museums in Berlin, the crossing of time frontiers occurs by a combination of closed plans and misfocussed techniques.
In an expontaneous game, playing with time, memory and oblivion, the images all together are a celebration of a non-linear narrative. Objects made of stone, wood or fabric, plenty of history that work as archives and heralds of a lasting power. Traces of imperfection transformed by time, wrapped in a symbolic aura with the ability to perpetuate the great deeds of the societies such elements came from.
Text: Danilo Aun